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Por que avaliar a situação em seu país.

Capítulos 2.1 e 2.2.1 do Manual "Capacetes" da OMS (2007)

Por que é preciso avaliar a situação?

Aqueles que planejam um programa de uso de capacetes podem já ter uma compreensão da informação e das questões sobre o uso de capacetes em seu país ou região e, portanto, podem achar que não precisam conduzir uma avaliação da situação. No entanto, a condução de uma avaliação de situação bem planejada e completa é altamente recomendável antes de se dar início a qualquer programa de uso de capacete. Isto não implica, necessariamente, um processo longo e complicado, mas pode significar levar algum tempo fazendo pesquisa e compilando toda a informação relevante existente. Há três razões principais para avaliar a situação antes de dar início a um programa para uso de capacete.

Identificar o problema da falta de uso de capacete pelos motociclistas e pintar um quadro da escala do problema. A informação reunida irá ilustrar a importância dos traumatismos de cabeça entre os usuários de motocicletas na área do projeto: onde há maior necessidade de capacetes; o custo dos motociclistas que não usam capacetes; e as razões por que os motociclistas não usam capacetes. Por sua vez, isso estabelece prioridades de ação. Evidência semelhante seria necessária se a consideração fosse para lançamento de um programa de uso de capacetes para ciclistas.

Proporcionar evidência para argumentação sobre por que é essencial o uso de capacete e por que isso deve ser apoiado. Para ter sucesso, um programa de uso de capacete precisa do apoio dos que estabelecem as políticas e também do público. Dados exatos – sobre fatores como o uso de capacetes e traumatismos na cabeça em motociclistas na área do projeto – ajudarão a mostrar o que pode ser vantajoso com a implantação do programa e fornecer argumentos para convencer os que decidem sobre as políticas, e o público em geral, da necessidade de um programa de uso de capacete. O Módulo 1 relatou os dados históricos sobre a evidência da eficácia dos capacetes na redução de traumatismos na cabeça, que também podem ser usados em apoio ao lançamento de um programa local.

Proporcionar indicadores básicos que possam ser usados para controlar e avaliar o programa. Isto pode incluir informação quantitativa, como índices de uso de capacete, assim como informação qualitativa, como a opinião pública sobre o uso de capacete, ou informação a respeito do cumprimento da lei.

2 .1 .1. A qualidade dos dados

Bons dados são importantes na avaliação de uma situação. Isto significa que os dados têm de ser apropriados, precisos, completos e confiáveis. Na coleta de dados, é possível identificar problemas no próprio sistema de dados. Por exemplo, na coleta de dados sobre uso de capacetes na sua região, pode tornar-se claro que os dados sobre os índices de uso de capacetes estão incompletos. O conhecimento dessas falhas nos dados pode ajudar a estabelecer objetivos realistas como parte de seu programa.

No entanto, em muitos países, onde os sistemas de relatar dados não são bem estabelecidos ou coordenados, parte dos dados necessários não estará disponível. A falta de dados não deve ser usada como desculpa para falta de ação ou para ignorar o problema de um país no tocante a traumatismos de cabeça com motociclistas. Em nível nacional, alguns dados sempre estão disponíveis, não importa o quão rudimentares possam ser, e esses dados podem ser usados como ponto de partida para desenvolver uma estratégia para aumentar o uso de capacetes.

Os métodos para coleta de dados irão variar e os dados obtidos, provavelmente, também, dependerão da fonte. Os dados dos hospitais sobre colisões e lesões ocorridas, por exemplo, podem apresentar distorção por só levarem em consideração os casos que são levados ao hospital. Da mesma forma, os dados policiais sobre colisões só irão registrar os casos que a polícia investigar. No entanto, qualquer uma dessas duas fontes é um bom ponto de partida.

O ideal é que a coleta de dados seja conduzida por uma pessoa que tenha experiência em epidemiologia. O Módulo 3 discute a formação de um grupo de trabalho para desenvolver um programa para uso de capacete. O especialista em saúde pública no grupo de trabalho é, provavelmente, a pessoa mais adequada para ficar a cargo dessa tarefa.

2.2 Qual a extensão do problema de não uso de capacete?

As duas seções seguintes orientam os usuários sobre como reunir a informação necessária para avaliar a situação. Coletar dados tão detalhados sobre algumas dessas questões é essencial em qualquer intervenção para uso de capacete, tanto como componente do programa em si como para propósito de monitoramento e avaliação.

2 .2 .1. Qual a gravidade do problema de traumatismos causados por motocicletas?

Essa avaliação envolve o exame de dados sobre colisões no trânsito - a fim de determinar a extensão do problema com respeito a motociclistas e coletar informação sobre traumatismos na cabeça entre usuários de motocicletas.

Coleta de dados sobre colisões no trânsito.

O desenvolvimento de medidas apropriadas para tratar do problema de segurança no trânsito requer dados exatos sobre a gravidade do problema de colisões no trânsito, e, particularmente, sobre colisões de motocicletas e sobre os traumatismos na cabeça que daí resultam. Os dados devem ser usados para indicar os perigos que os motociclistas enfrentam e para enfatizar a necessidade de um programa de ação.

Será necessária informação sobre a incidência, a gravidade e os tipos de colisões, pois é importante uma compreensão profunda das causas das colisões. Os dados também irão fornecer informação sobre locais com risco maior para motociclistas, bem como sobre motoristas com maior risco. Essa informação terá valia para estabelecer as metas do programa. Por exemplo, pode ocorrer que vias urbanas com muito trânsito sejam áreas de alto risco, ou estradas rurais; jovens do sexo masculino podem ser o grupo com risco especial, ou moto-boys autônomos que fazem serviço de entrega.

Para coletar esses dados, precisam ser feitas as seguintes perguntas:

  • Quantas lesões e mortes ocorreram em decorrência de colisões no trânsito na área do projeto? Observe que é importante para o grupo de trabalho pré-definir a unidade de avaliação (ver Módulo 3). Por exemplo, pode se tratar do país inteiro, ou pode ser uma determinada província/estado ou cidade, ou comunidade.
  • Qual a magnitude do problema de colisões com motociclistas – em termos do número de colisões e do número de mortes? Que proporção de colisões no trânsito, em geral, isso representa?
  • Como se compara esse problema, em termos de sua magnitude e do ônus à sociedade, com outros problemas locais de saúde pública?
  • Quem tem maior probabilidade de se envolver em colisões com motocicletas?

Os indicadores a serem usados incluem:

– o numero de motocicletas registradas em proporcao a todos os veiculos motorizados;

– o indice de colisoes de motocicletas (por 10.000 veiculos ou por 100.000 pessoas);

– a distribuicao das colisoes com motocicletas por diferentes tipos de vias;

– a idade e o sexo dos motoristas e dos passageiros envolvidos nessas colisoes.

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palavras-chave: Capacete, uso, avaliação, moto, motociclista, ciclista, duas rodas