Todo terceiro domingo do mês de novembro, desde 2005, é celebrado o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um alerta para as consequências da violência no trânsito, que mata todos os anos quase 1,3 milhão de pessoas, além de deixar 50 milhões de feridos.
O tema de 2009 é “Década Global de Ações para a Segurança no Trânsito”, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, para que haja um compromisso formal dos países membros das Nações Unidas para a definição de políticas públicas em defesa da segurança no trânsito.
O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito foi celebrado pela primeira vez em 1993 no Reino Unido. Desde então, um grande número de países, sob a coordenação de organizações não governamentais, lembra este dia.
O terceiro domingo de novembro como a data oficial para que as vítimas de acidentes de trânsito bem como seus familiares sejam lembrados em todo o mundo, foi oficializada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que aprovou a Resolução A/60/5, datada de 25 de outubro de 2005. A Organização recomendou aos Estados Membros e à Comunidade Internacional que adotem e reconheçam o terceiro domingo de novembro de cada ano como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trânsito, como uma forma de lembrança e respeito aos familiares dessas vítimas.
Cerca de 5,8 milhões de pessoas devem morrer em todo o mundo, neste ano, vítimas de traumas causados por situações como acidentes de trânsito e violência. O volume supera as mortes por Aids, que somam aproximadamente 2 milhões no mundo. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), através do seu Departamento da Prevenção dos Traumatismos da Violência.
(Publicado no portal PERKONS)
Curitiba centralizou neste domingo (15) o Dia Mundial em Memória das Vitimas de Trânsito no país. Milhares de manifestantes se reuniram no Parque Barigui pela paz e segurança no transito, mas, principalmente, para reivindicar o fim da impunidade.
No Rio de Janeiro as manifestações acontecem no Posto Seis do Forte de Copacabana e foi marcada por uma celebração plurirreligiosa.
''O evento foi emblemático. Mostrou como a sociedade mobilizada pode transformar um grande evento de manifestação pública em uma celebração em defesa da vida'', afirma o consultor de segurança no trânsito, Fernando Pedrosa.
O mais importante, para o consultor, é que essas manifestações públicas demonstram que a sociedade está começando a ter consciência de que a violência no trânsito não é acidente. ''É previsível e como tudo o que é previsível pode ser evitado'', diz. Outro ganho é que o cidadão está descobrindo a força da união como ferramenta de cobrança e de participação pelo fim da impunidade no trânsito.
As manifestações foram organizadas pela associação TRÂNSITOAMIGO, do Rio de Janeiro, que reúne parentes e amigos de vitimas de trânsito.
Curitiba foi escolhida por ter sido palco do acidente envolvendo o ex-deputado estadual, Fernando Ribas Carli Filho, que matou dois jovens ao dirigir em alta velocidade. Pela gravidade do acidente, ex-deputado foi indiciado por duplo homicídio qualificado com dolo eventual. ''É um fato raro no país e que pode representar uma mudança de paradigma no tratamento das questões que envolvem a violência no trânsito'', diz Pedrosa.
O Dia Mundial em Memória às Vitimas de trânsito foi instituído pela ONU em 2005 e é comemorado todo terceiro domingo de novembro. O objetivo é criar um compromisso formal para definições de políticas públicas e ações efetivas em defesa da segurança no trânsito.
O símbolo da campanha deste ano é o "Laço da Solidariedade no Trânsito", criado e oferecido pela Perkons. Este laço foi transformado em um bóton para ser usado para representar um compromisso com a segurança no trânsito brasileiro e o significado de ''Eu vou fazer a minha parte''.
Confira abaixo entrevista com o consultor em Segurança no Trânsito, Fernando Pedrosa.
Sem dúvida o tema trânsito tem recebido mais atenção. Não só por parte das autoridades, mas, principalmente, por parte da própria sociedade, que é quem acaba pagando a pesadíssima conta da violência gerada.
Em primeiro lugar ao próprio Código de Trânsito Brasileiro, promulgado em setembro de 1997, que promoveu uma profunda revisão nas normas de circulação, privilegiando a vida acima de tudo. Depois, ao insubstituível papel dos meios de comunicação que passaram a pautar em seus noticiários não só os registros de acidentes, mas a discussão de suas causas. Por fim, a vigência da LEI SECA com seus resultados imediatos e pontuais em termos de redução de registros de ocorrências, mortes e lesões.
Não tenho dúvida de que o principal fator é a conscientização. O cidadão descobriu que a solução desse grave problema de saúde pública está rigorosamente em suas mãos. Ele percebeu que o que mata e fere tanta gente no Brasil é algo perfeitamente previsível e, por isso mesmo, evitável. Também descobriu que é possível reverter tanta violência apenas mudando de atitude. Não só a atitude do cidadão negligente ilegal, mas também a atitude da autoridade negligente.
Compromisso. Falta ao Brasil o que já acontece em muitos países como, por exemplo, a França, Portugal, Japão e EUA.
Precisamos de políticas públicas consistentes, campanhas educativas e de informação pertinentes, regras e normas que acompanhem a evolução do sistema de trânsito, fiscalização permanente e punições justas e céleres.
Senso de autopreservação. A convicção de que o trânsito, por ser o maior espaço democrático do mundo, mistura a um mesmo ambiente cidadãos cuidadosos e outros nem tanto. É importante registrar que a esmagadora maioria dos condutores brasileiros é consciente e respeitadora da lei. Apenas 7% dos mais de 45 milhões de motoristas habilitados são infratores contumazes (mais de 5 infrações por ano). O problema é que essa pequena parcela é extremamente agressiva e letal. Para esses, só há uma solução. Fiscalização e punição.