Muitas motocicletas comercializadas no Brasil por fabricantes estrangeiros representam alto risco.
Artigo publicado pelo Senado na revista « Em discussão », em número especial, com título « Explosão de motos e mortes » de Novembro 2012 (página 45).
No rastro de um mercado em forte e constante crescimento, mais de 30 marcas chinesas de motocicletas chegaram ao Brasil nos últimos três anos, algumas com produção local (apenas montagem) e outras trazidas prontas do exterior, conforme a Abraciclo. Empurradas pelo preço baixo, marcas como Dayun, Zhejiang, Shineray, Panyu, Chituma e Jailing já começam a ocupar as ruas, em especial em estados do Nordeste, mas sua chegada ainda é vista com desconfiança.
No maior polo produtor de motos do país, a Zona Franca de Manaus, das 13 montadoras em operação, oito são vinculadas a produtores chineses. De acordo com a associação de fabricantes, tais motos já controlam quase 10% das vendas, ainda fortemente concentradas pela japonesa Honda, há três décadas líder sem rivais do mercado.
“Culpa-se muito o motociclista, mas o Brasil está sendo invadido por veículos que vêm de fora, feitos em outra realidade. Chamá-los de motocicleta é chamar-nos de burros”, alertou o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram) e membro da Câmara Temática de Educação para o Trânsito do Denatran, Lucas Pimentel, durante o seminário promovido pelo Senado em setembro.
De acordo com o dirigente da Abram — que reúne motociclistas usuários, profissionais, esportistas e estradeiros —, muitas motocicletas comercializadas no Brasil por fabricantes estrangeiros, principalmente os chineses, representam alto risco.
“É preciso um olhar mais atento para empresas que importam motocicletas. Uma delas pode ter uma pane elétrica, quebra de quadro, de chassi numa rodovia e o motociclista acabar morto, e a população acabar acusando-o de imprudente. Outro problema são as peças de reposição, de péssima qualidade. Há problemas de qualidade do farol, da frenagem da motocicleta”, enumerou Pimentel.
Ele citou o caso do próprio vice-presidente da Abram, que, apesar de ser um motociclista extremamente experiente e cuidadoso, quase sofreu um acidente gravíssimo porque os pneus originais não são adequados para pista molhada.
“O pneu é colocado na moto e vendido no mercado indiscriminadamente, sem avisar aos condutores que, no caso de chuva, o pneu não é recomendado”.
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