Aula 02: Acidentes de trânsito: as vítimas
2ª Edição, Fevereiro 2010
Os usuários mais vulneráveis representam quase a metade dos mortos no trânsito. Longe dos princípios de cidadania, prevalece a lei do mais forte.
Objetivos de segurança do trânsito
Conscientizar-se de que morre atualmente no trânsito o mesmo número de pedestres que de condutores de veículos.
Conscientizar-se sobre os riscos que se corre no trânsito para evitá-los.
Refletir sobre a situação excepcional dos jovens da idade dos alunos em relação aos riscos do trânsito.
Ter clareza sobre a importância de assimilar nesta idade uma profunda cultura de segurança.
Objetivos pedagógicos
Ler, compreender e interpretar diversos tipos de textos e gráficos.
Resolver e criar problemas significativos envolvendo informações contidas em textos, em tabelas e/ou gráficos, bem como envolvendo noções de percentagem.
Utilizar as diferentes linguagens para desenvolver o senso crítico e a cultura de segurança no trânsito.
O que o aluno deve saber
As categorias de usuários mais vitimadas no trânsito.
Sumário
1. Número de vítimas em função das categorias de usuários
2. Número de mortos em função da idade
1. Número de vítimas em função das categorias de usuários
Os Anuários Estatísticos do DENATRAN permitem analisar a distribuição das vítimas do trânsito entre pedestres, ciclistas, motociclistas, condutores de veículos e passageiros. Os resultados, calculados para o ano 2005, estão apresentados nos dois diagramas seguintes.
Observações:
1. Os usuários mais vulneráveis: pedestres, ciclistas, motociclistas, representam 46,2%, quase a metade, dos mortos. Isto corresponde a mais de 23.000 pessoas.
2. Estas mesmas categorias representam 41,4% dos feridos, isto é, mais de 200.000 pessoas.
3. Para os pedestres, o fato deles representarem 26,1 % dos mortos e somente 13,8% dos feridos mostra que os acidentes em que eles estão envolvidos são mais graves.
4. Os acidentes envolvendo pedestres, ciclistas e motociclistas são essencialmente urbanos, ocorrendo em aglomerações ou na travessia de zonas urbanas por rodovias.
2. Número de mortos em função da idade
As estatísticas do DATASUS permitem analisar a distribuição do número de mortos em função da idade. É possível obter dados discriminados por faixas etárias de cinco anos. O gráfico abaixo mostra o resultado para o ano de 2005.
Os valores constando no gráfico são os dados DATASUS acrescidos de 45%, para chegar a um total de 51.000 mortos, conforme a avaliação feita com base nos dados do seguro DPVAT.
O gráfico mostra que o maior número de vítimas fatais de acidentes de trânsito se situa na faixa dos jovens de 20 a 24 anos de idade.
Antes de tirar conclusões sobre os riscos de acidentes em função da idade, é importante considerar também a distribuição da população entre estas mesmas faixas etárias.
O censo da população efetuado pelo IBGE no ano 2000 se traduz no diagrama ao lado:
Este gráfico permite visualizar a que ponto o Brasil é realmente um país jovem. É nas faixas de 0 a 24 anos que a população é mais numerosa.
Para avaliar corretamente o risco de morte no trânsito em função da faixa etária, é preciso dividir o número de vítimas de cada faixa pela população da mesma faixa. O resultado deste cálculo no ano 2000 é resumido no gráfico ao lado. O ano 2000 foi escolhido em razão da coincidência com o censo demográfico realizado pelo IBGE.
O gráfico mostra, para cada faixa etária, o número de mortos por 100.000 habitantes, chamado índice de mortos em função da população. Em outros termos, este índice representa o risco de morte corrido por cada pessoa em função da sua idade.
O índice é praticamente constante de 20 a 70 anos, quatro vezes maior do que nas faixas entre 0 a 14 anos. A diferença entre estes dois grupos se deve à diferença de exposição ao tráfego.
Os adolescentes, entre 15 e 19 anos, estão numa situação intermediária, de transição brutal. Começam a participar no trânsito e nos seus dramas.
Os alunos aos quais se destina a presente série de aulas já estão realmente envolvidos no trânsito como pedestres e eles são os condutores do futuro. Se eles observarem bem o comportamento dos outros pedestres e dos atuais condutores de veículos e aceitarem corrigir o que atualmente está errado, o panorama dos acidentes no país pode mudar radicalmente.
O gráfico mostra também o índice médio para o conjunto da população: 24,4 mortos por 100.000 habitantes no ano 2000. Vimos na aula 1 que este índice médio chegou a 27,7 em 2005, o que representa um acréscimo de 14% em cinco anos.
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Exercícios
- Dos principais objetivos da aula sobre vítimas de trânsito, qual é, em sua opinião, o mais relevante?
- Quais as categorias de usuários citadas nessa aula?
- Se entre os pedestres temos 26% dos mortos e 14% dos feridos e entre os motociclistas temos 14% dos mortos e 22% dos feridos, que conclusões podemos tirar desses dados?
- Na faixa de 20 a 24 anos morreram 7.052 brasileiros em acidentes de trânsito em 2005. Se o total de mortos foi de 51.000, qual a percentagem de mortos nesta faixa etária?
- No Brasil morrem 51.000 pessoas por ano em acidentes de trânsito. Pedestres, ciclistas e motociclistas perfazem 46% desse total. Quantas pessoas totalizam as mortes anuais dessas três categorias?
- Crie, com seus colegas de grupo, diferentes problemas envolvendo os dados dos gráficos apresentados nesta aula. Proponha a resolução destes problemas por outros grupos de alunos de sua turma. Ao final, avalie, com seus colegas, as atividades desenvolvidas.
- Usando a criatividade:
Crie cartazes, maquetes, elabore paródias, histórias em quadrinho e textos teatrais para conscientizar a comunidade sobre a necessidade do desenvolvimento da cultura de segurança no trânsito.
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