Baias para Ônibus
4.6.3 Baias de ônibus
a) Vias expressas
O objetivo básico de uma baia de ônibus, em uma via expressa, é fazer com que a desaceleração, parada e aceleração dos ônibus sejam feitos fora das faixas do tráfego direto. O projeto da baia inclui rampas, escadas, gradis, plataformas para estacionamento dos passageiros, sinalização de placas e marcas no pavimento.
As faixas de desaceleração e aceleração devem ter comprimento suficiente para que o ônibus saia e entre nas faixas de tráfego direto com a velocidade média da rodovia, sem desconforto para os passageiros. Os comprimentos das faixas de aceleração devem ser bem maiores que os mínimos, já que os ônibus partem da posição “parado ” e os ônibus lotados têm menor capacidade de aceleração que um carro de passeio. As faixas de desaceleração normais são suficientes. A largura necessária da baia, incluindo acostamento, deve ser de 6,00 m, para permitir a passagem de um ônibus parado. As áreas pavimentadas das baias devem formar contraste com o pavimento da rodovia, em cor e/ou textura, para desencorajar o uso do tráfego de passagem.
A área de separação da borda do acostamento da via expressa da borda da baia deve ser tão larga quanto possível, preferivelmente 6,00 m. Em casos extremos, pode ser reduzida para 1,20 m. Uma barreira é normalmente necessária na área de separação, e telas são recomendadas, para impedir que pedestres entrem na via expressa. As plataformas para os passageiros devem ter largura mínima de 1,50 m, de preferência 1,80 m a 3,00 m. A Figura 35 apresenta seções transversais típicas de baias incluindo uma seção normal, uma seção em uma passagem inferior e uma seção em uma passagem superior.
b) Vias arteriais
A interferência entre os ônibus urbanos e os demais veículos pode ser muito reduzida com a inclusão de baias nas vias arteriais. É pouco comum que se disponha de faixa de domínio nas vias arteriais secundárias, que permitam a implantação de baias de ônibus nas suas bordas; mas, sempre que possível, devem ser previstas.
Para que sejam eficientes, as baias de ônibus devem conter:
- Faixa de desaceleração ou taper, que permita fácil acesso à plataforma de embarque/desembarque;
- Área de espera, que possa acomodar o maior número de veículos previsto para ocupá-la ao mesmo tempo;
- Faixa de incorporação, que permita fácil acesso à pista de tráfego adjacente.
A faixa de desaceleração deve ter um taper com ângulo suficientemente pequeno, para encorajar o motorista do ônibus a sair totalmente da faixa direta de tráfego, antes de parar. Normalmente, não se consegue o comprimento necessário para as velocidades usuais nas rodovias. Um taper de 5:1 (longitudinal:transversal) é o mínimo desejável.
A área de embarque/desembarque deve prever de 13 a 15 m por ônibus. Sua largura deve ser de 3,00 m, no mínimo, e preferivelmente 3,60 m. Em casos especiais admite-se a largura de 2,80 m. O taper de acesso à via pode ser menos suave que o de saída, mas limitado a 3:1. Quando a baia está localizada antes da interseção, a largura da rua transversal é, geralmente, suficiente para atender ao comprimento necessário à incorporação. Quando a parada de ônibus se situar logo depois de um cruzamento, a baia pode ser localizada após a esquina, conforme exemplo da Figura 36.
O comprimento mínimo de uma baia para dois ônibus é de cerca de 54 m, para paradas localizadas em meio de quadra, 45 m, para paradas antes do cruzamento, e 39 m, para paradas depois do cruzamento. Essas dimensões são para uma baia com largura de 3,00 m. Para largura de 3,60 m, devem ser acrescidos 4 a 5 m. Comprimentos maiores de baias permitem manobras mais rápidas, levam os motoristas a proceder com maior eficiência e reduzem a interferência com o tráfego de passagem.
A Figura 37 mostra um exemplo de uma baia localizada em meio de quadra. A largura da baia é de 3,00 m e o comprimento é de 50,88 m, incluindo os tapers. Os tapers das faixas de desaceleração e aceleração são, respectivamente, 5:1 e 4:1.
Cabe observar que algumas prefeituras já dispõem de projetos-tipo próprios. No entanto, dentro do possível, é conveniente que esses projetos sejam adaptados, de modo a atender às recomendações da AASHTO acima descritas.
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