Acidente com produto perigoso num CVC
Um bi-trem tomba após uma manobra a 30 km/hora, despejando 30 toneladas de produto altamente tóxico.
(Publicado em 12/01/2008 no Diário da Cidade em Barra Mansa)
Uma manobra brusca do motorista de uma carreta-tanque bi trem com 30 mil litros de produto tóxico provocou o acidente ocorrido por volta das 9 horas de ontem, no km 265 da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em Barra Mansa. O acidente interrompeu o tráfego entre Rio e São Paulo por mais de 13 horas. Por causa da nuvem de gás provocada pelo vazamento de peróxido de hidrogênio, que escorria pelo furo aberto no tanque e escapava por um bueiro, as duas pistas da estrada tiveram que ser fechadas, até que fosse feito o transbordo do líquido químico para outra carreta. O congestionamento chegou a 12 quilômetros em cada pista.
Segundo os técnicos da Feema, o produto oxidante, altamente tóxico, que é empregado na fabricação de papel e de água oxigenada, ficou contido nas galerias da rede de águas pluviais da rodovia. Até no início da noite, o material não havia chegado ao Rio Godinho, em Barra Mansa, e ao Córrego Secades, em Volta Redonda, afluentes do Paraíba do Sul, que estavam sendo monitorados.
O peróxido, que reage em contato com produtos orgânicos, foi cercado com montes de areia para não entrar em contato com o diesel que vazava da carreta, para evitar um incêndio. O asfalto fervia em contato com o peróxido, que será recolhido das galerias com equipamentos de sucção. Até à noite, não tinha chegado ao local do acidente uma carreta tanque para fazer o transbordo do produto.
Motorista vinha de Aracruz (ES), com destino a Jacareí (SP)
O motorista procedente de Aracruz (ES) com destino à Votorantim Celulose Papéis, em Jacareí (SP), equivocou-se ao deixar a Rodovia Lúcio Meira (BR-393) para entrar na pista Rio - São Paulo, tomando a alça de acesso à pista contrária através de um viaduto, na opinião dos policiais rodoviários. O tacógrafo registrava 30 Km/h quando o veículo tombou. Ao tombar, os tanques da carreta colidiram com a mureta central, e um deles começou a vazar.
O motorista sofreu ferimentos leves e foi levado num carro de resgate da concessionária NovaDutra para o Hospital São João Batista, em Volta Redonda, de onde teve alta à tarde.
Seis bombeiros do GOPP (Grupamento de Operações com Produtos Perigosos) do Quartel Central, que chegaram ao local num helicóptero, por volta das 14 horas, e oito técnicos da SOS Cotec Produtos Perigosos aumentaram a área de isolamento e autorizaram o destombamento da carreta, que só foi concluído por volta das 20 horas.
No entanto, por volta das 17 horas, oito horas após o acidente, os técnicos conseguiram controlar com areia a emissão de fumaça tóxica, e autorizaram a reabertura parcial da pista no sentido Rio, mas apenas um veículo passava a cada dois minutos pelo local. No sentido contrário, a abertura da pista só ocorreu às 20 horas, quando o congestionamento era de 11 quilômetros na direção de São Paulo. Pelo menos outros 30 homens entre policiais rodoviários, NovaDutra, bombeiros, Defesa Civil e Feema participaram da operação.
