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Como funciona um capacete.

Capítulo 1.2.2 do Manual "Capacetes" da OMS (2007).

Um capacete tem o objetivo de reduzir o risco de lesões graves na cabeça e no cérebro, diminuindo o impacto de uma força de colisão na cabeça.

Um capacete funciona de três maneiras:

  • Reduz a desaceleração do crânio, e daí o movimento do cérebro, administrando o impacto. O material macio que é incorporado ao capacete absorve um pouco do impacto e, portanto, a cabeça vem a parar mais lentamente. Isto significa que o cérebro não atinge o crânio com tanta força.
  • Distribui as forças do impacto por uma superfície maior de forma que não se concentrem em determinadas áreas do crânio.
  • Previne contato direto entre o crânio e o objeto do impacto, agindo como uma barreira mecânica entre a cabeça e o objeto.

Essas três funções são alcançadas pela combinação de propriedades de quatro componentes básicos do capacete conforme a descrição abaixo (Figura 1.4).

Figura 1

O casco

Trata-se da camada exterior forte do capacete, que distribui o impacto por uma superfície ampla, diminuindo, portanto, a força antes de chegar à cabeça. Embora a casca seja resistente, é projetada para comprimir quando atinge algo rígido. Oferece proteção contra a penetração por objetos pequenos, pontiagudos, em alta velocidade, e também protege o acolchoamento dentro do capacete de efeitos abrasivos e pancadas no uso diário. Esses requisitos significam que a casca precisa ser dura, geralmente com um acabamento exterior suave.



O forro que absorve impacto

É feito de material macio, acolchoado e que pode ser esmigalhado – geralmente poliestireno expandido, comumente chamado de “espuma de borracha”. Essa camada densa funciona como uma almofada e absorve o choque quando o capacete pára e a cabeça tenta continuar se movendo.

O acolchoamento de conforto

Esta camada macia é feita de espuma e pano e fica próxima da cabeça. Ajuda a manter a cabeça confortável e o capacete bem ajustado.

O sistema de retenção ou tira de ajuste no pescoço

Este é o mecanismo que mantém o capacete na cabeça numa colisão. Uma tira é conectada a cada lado do casco. Tiras para o queixo e pescoço, especificamente desenhadas para manter o capacete no lugar durante o impacto, precisam ser usadas corretamente para que o capacete funcione conforme foi projetado (ver observação abaixo).

Figura 2

Figura 3

1 .2 .3. O projeto de um capacete de motociclista

Além de atender às funções já descritas e de obedecer aos pré-requisitos (que serão discutidos no Módulo 3), um capacete precisa ser projetado de acordo com o clima local e as condições de trânsito. Algumas das considerações geralmente levadas em conta pelos projetistas de capacetes são:

  • Os materiais usados na construção do capacete não devem se degradar com o tempo, ou pela exposição ao tempo, nem devem ser tóxicos ou causar reações alérgicas. Atualmente, os materiais plásticos que são comumente usados são Poliestireno Expandido (EPS), Estireno Acrilonitrilo Butadieno (ABS), Policarbonato (PC) e Polipropileno (PP). Embora o material da casca do capacete geralmente contenha PC, PVC, ABS ou fibra de vidro, o forro interno geralmente é feito de EPS – um material que pode absorver choque e impacto e que é relativamente barato. No entanto, os capacetes com forro EPS devem ser descartados após uma colisão e, de qualquer forma, os usuários devem substituir esses capacetes após 3-5 anos de uso.
  • Os padrões frequentemente estabelecem a cobertura mínima de um capacete (ver Módulo 3). Capacetes de meia cabeça oferecem o mínimo de cobertura. Capacetes de rosto inteiro devem garantir a visão periférica do usuário e o não-comprometimento da audição.
  • Para assegurar que um capacete possa absorver o choque de uma colisão, o forro de material que pode ser esmigalhado deve ter entre 1,5 cm a 3,0 cm de espessura.

Figura 4

Além das questões de projeto já mencionadas, também há vários estilos de capacete que proporcionam proteção diferente. Os quatro mais comuns são:

Capacetes de rosto inteiro (Figura 1.5a)

Esses capacetes oferecem proteção facial além da proteção contra impacto. Sua característica principal é uma barra que se estende para fora na altura do queixo, envolvendo em torno da área do queixo e do maxilar. Estendendo-se acima do maxilar, há um ponto de visão que permite máximo alcance da visão ao usuário, de acordo com os requisitos de visão periférica e vertical.

Capacetes de rosto livre (Figura 1.5b)

Os capacetes de rosto livre dão proteção padrão contra impacto com sua casca externa dura e forro interno esmigalhável. Comparado com o tipo de rosto inteiro, oferecem proteção limitada para a área do maxilar e do queixo. Podem ter ou não visor retrátil para proteção dos olhos.

Capacetes de meia cabeça (Figura 1.5c)

Esses capacetes oferecem proteção por meio de uma casca externa dura e forro interno esmigalhável. Não oferecem proteção para a área do maxilar e queixo e raramente são equipados com visor. O capacete de meia cabeça pode ter, ou não, protetor de orelha acoplado ao sistema de retenção.

Capacetes para área tropical (Figura 1.5d)

Esses capacetes são especificamente projetados para países do Sul e Sudeste da Ásia, que têm clima extremamente quente e úmido. Na verdade, são capacetes de meia cabeça com aberturas de ventilação para proporcionar o máximo de fluxo de ar e reduzir o calor. Sua leveza extrema é obtida usando-se material de PVC semi-rígido que forma vácuo.

Figura 5

Figura 6

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palavras-chave: Capacete, moto, motociclista, ciclista, duas rodas, lesão, cabeça, traumatismo, crânio, proteção