Muitas pessoas morrem em colisão de motocicletas em todo o mundo.
As lesões no trânsito são um grande problema de saúde pública e uma das principais causas de morte e invalidez em todo o mundo. A cada ano, em torno de 1,2 milhão de pessoas morrem em decorrência de colisões nas vias, e milhões mais são lesionados ou incapacitados (1). Em muitos países de baixa e média renda, onde as motocicletas e as bicicletas são um meio de transporte cada vez mais comum, os usuários de veículos de duas rodas formam grande parcela dos que são feridos ou mortos no trânsito. Os motociclistas e os ciclistas sofrem risco maior de se envolverem em uma colisão. Isto, porque, muitas vezes, dividem o espaço no trânsito com os outros veículos mais rápidos – carros, ônibus e caminhões – e também porque são menos visíveis. Além disso, a falta de proteção física os torna particularmente vulneráveis a se machucarem no caso de se envolverem em uma colisão.
Na maioria dos países de renda alta, as mortes em motocicleta compreendem de 5 a 18% das mortes no trânsito, ao todo (2, 3). Essa proporção reflete o efeito combinado de vários fatores importantes, inclusive o índice relativamente baixo de propriedade e uso de motocicletas em muitos países desenvolvidos, e o risco relativamente alto de que essas motos se envolvam em colisões com mortes. Esses riscos são muito maiores para motocicletas que para os veículos de quatro rodas (4).
Em países de baixa e média renda, o índice de propriedade e uso de carros é muito mais baixo do que em países de alta renda. No entanto, a propriedade e uso de motocicletas e outros veículos de duas rodas é relativamente alta, em geral - por exemplo, na Índia, 69% do número total de veículos motorizados são veículos motorizados de duas rodas, índice consideravelmente mais alto do que em países de renda alta (3). Um reflexo dessa diferença é que os níveis de mortes entre motociclistas, em comparação aos que se feriram no trânsito, são mais altos em países de baixa e média renda do que em países de renda alta (Figura 1.1). Por exemplo, 27% das mortes nas vias, na Índia, são de motoristas de veículos motorizados de duas rodas, enquanto este número está entre 70 e 90% na Tailândia, e cerca de 60% na Malásia (3,5,6). Na China, a propriedade de motocicletas entre 1987 e 2001 cresceu rapidamente de 23 para 63%, com um aumento correspondente na proporção de mortes no trânsito, sofridas por motociclistas, crescendo de 7,5 para 19% no mesmo período (7). Apesar disso, em outros países de baixa e média renda, a falta de dados de boa qualidade sobre segurança no trânsito significa que os níveis precisos de mortes de motociclistas ainda são desconhecidos.
1 .1 .1. Lesões na cabeça são uma das principais causas de morte e invalidez
Lesões na cabeça e no pescoço são a principal causa de morte, lesão grave e invalidez entre usuários de motocicletas e bicicletas. Nos países europeus, lesões na cabeça contribuem com cerca de 75% das mortes entre usuários de veículos motorizados de duas rodas; em alguns países de baixa e média renda, estima-se que as lesões na cabeça sejam responsáveis por 88% das mortes (6, 8).O custo social das lesões na cabeça para os sobreviventes, suas famílias e comunidades é alto, em parte porque, frequentemente, requerem cuidados especializados ou de longo prazo. As lesões na cabeça também resultam em custos médicos muito mais altos do que qualquer outro tipo de lesão (9), de tal forma que essas lesões impõem um alto encargo para os custos de saúde de um país e sua economia.
Globalmente, há uma tendência ascendente no número e uso de motocicletas e bicicletas, tanto para transporte quanto para propósitos recreativos. De fato, a maior parte do aumento no número de veículos nas vias e estradas do mundo se origina do crescimento no uso de veículos motorizados de duas rodas. Espera-se que os países asiáticos, em particular, tenham um aumento considerável no número de veículos motorizados de duas rodas no trânsito. Este rápido crescimento no uso de motocicletas em muitos países de baixa e média renda já vem sendo acompanhado por um aumento considerável no número de lesões na cabeça e mortes que só continuarão a crescer, se a tendência atual não for controlada.
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