Por que as pessoas não usam capacete
Uma lei de uso de capacete não terá sucesso se as pessoas se recusarem a cumpri-la, ou se não entenderem a razão de sua existência. Da mesma forma, se os capacetes não estiverem prontamente disponíveis, ou se forem muito caros para a maioria das pessoas, a probabilidade é de que os índices de uso de capacete permaneçam baixos.
Atitudes das pessoas quanto ao uso de capacete
É bom saber como as pessoas vêem a segurança no trânsito, em geral, e sua atitude quanto ao uso de capacete, em particular. Essa informação pode ajudar a dar forma a um programa de uso de capacete e a decidir quanto deve ser investido em conscientizar o público sobre os benefícios do capacete. Os objetivos de um programa irão determinar que grupos devem ser entrevistados e quais perguntas devem ser feitas. As seguintes perguntas podem ser incluídas:
- Qual a atitude das pessoas com respeito à segurança no trânsito, em geral?
- As pessoas entendem os benefícios de se usar um capacete? A atitude das pessoas sobre o uso de capacete e as leis de uso de capacetes podem, portanto, servir de indicador básico.
- Qual o nível de conscientização do público sobre os benefícios do capacete?
- Por que as pessoas não usam capacete? Por exemplo, se se descobrir que os motociclistas têm uma atitude negativa quanto ao uso de capacete, ou se não tiverem conhecimento das leis ou da eficácia dos capacetes para prevenção de traumatismos, então o programa precisa enfocar tais questões.
- Quem são os mais resistentes ao uso de capacete? Além de sondar o conhecimento e atitude do público, esse tipo de informação também pode identificar que grupos são mais resistentes ao uso de capacete – de forma que os programas possam tê-los como meta para mudança de atitude e comportamento. Informação sobre variáveis, como idade, sexo, ocupação, etnia, etc., precisaria, assim, ser coletada.
De onde sairão esses dados?
Dados desse tipo podem ser coletados como parte de um programa de capacetes anterior (ver a seção 2.3.5). Também podem ser conduzidos estudos:
– por firmas de pesquisa de mercado;
– por universidades, organizações não-governamentais, outras agências que trabalham
em segurança no trânsito.
Se esses dados não estiverem disponíveis, poderia ser de utilidade conduzir uma enquete de opinião pública para coletar essa informação. Se o programa ainda estiver sendo desenvolvido, pode haver restrições de tempo e orçamento. Portanto, sugere-se apenas uma enquete preliminar nesse estágio e, mais tarde, pode ser empreendida uma pesquisa mais detalhada. Em uma enquete preliminar, é de utilidade focar apenas na área geográfica e no grupo populacional que se estima tenha o risco maior.
Dados sobre disponibilidade e custo
O custo e a disponibilidade de capacetes na área é algo que precisa ser avaliado para que se compreenda se esses fatores influenciam a decisão das pessoas de usar capacete. Podem ser feitas as seguintes perguntas para reunir informação sobre essas questões:
- Quantos capacetes são fabricados e vendidos na região durante um determinado perí odo de tempo?
- Quem vende capacetes e onde se localizam esses distribuidores? O suprimento é sufi ciente para atender à demanda atual?
- Quais as principais marcas de capacete vendidas?
- Qual o custo médio de um capacete das principais marcas vendidas no varejo?
Os indicadores típicos que os pesquisadores examinam a respeito de capacetes incluem:
– o número e a distribuição geográfica dos fabricantes de capacetes;
– o número e tipo de marcas de capacetes no varejo;
– o custo médio de um capacete no varejo;
– total anual de vendas de capacetes.
De onde virão esses dados?
– dos fabricantes de capacetes;
– dos distribuidores e fornecedores de capacetes;
– do departamento do governo responsável pela segurança no trânsito;
– dos envolvidos em programas de capacete anteriores.
Se esses dados não estiverem disponíveis, e se o orçamento permitir, o método mais eficaz é contratar uma firma de pesquisa de mercado para reunir esses dados. Outra opção seria obter essa informação de um fabricante de capacetes – preferencialmente um que faça parte do grupo de trabalho.
Os dados coletados serão usados como indicadores de base, em comparação com os quais a eficácia do programa pode ser controlada. Por exemplo, os dados sobre vendas podem ser usados para demonstrar o sucesso de um programa. A disponibilidade de capacetes também será fator para decisão sobre quando entrar com a fase de fazer cumprir a lei de uso de capacetes, se este for um dos objetivos do programa (ver Módulo 3).
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