Os feridos: caracterização das lesões
Das vítimas de acidentes de trânsito, ocupantes de veículos, internadas em hospitais da rede SARAH em 2009, 70% tinham sofrido uma lesão medular, sendo 40% com tetraplegia e 60% com paraplegia.
(Atualizado em 18/04/2011)
A rede SARAH analisou estatisticamente as 558 internações ocorridas em decorrência de acidentes do trânsito, no primeiro semestre 2009, nos seus hospitais de Brasília, Salvador, Belo Horizonte e São Luis.
As conclusões sobre a caracterização das lesões foram as seguintes:
Os Acidentes de Trânsito que envolveram pacientes ocupantes de veículos produziram, predominantemente:
- lesões medulares (70,5% das internações)
- lesões ortopédicas (9,7%)
- lesões cerebrais (19,1%), representadas, em sua quase totalidade, por traumatismos crânio-encefálicos.
Os ocupantes de veículos destacaram-se das demais vítimas de Acidentes de Trânsito investigadas por terem apresentado o maior percentual de internações em decorrência de lesões medulares - em comparação, essas lesões foram a causa de internação de 55,0% dos ciclistas; 55,6% dos motociclistas e 38,1% dos pedestres admitidos pela Rede SARAH. Somando-se as ocorrências de lesões medulares e lesões cerebrais é possível afirmar, por conseguinte, que os acidentes envolvendo veículos destacaram-se, também, como o principal evento gerador de neurotraumas no conjunto dos Acidentes de Trânsito investigados.
As paraplegias foram responsáveis por 59,1% do total de casos registrados de lesão medular, que foram classificadas, predominantemente, como lesões medulares completas (ASIA A = 58,7% dos casos). Nos acidentes que envolveram veículos verificou-se a taxa mais alta de tetraplegia (40,9%), comparativamente aos demais tipos de Acidente de Trânsito investigados.
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Texto anterior, em data de 10/1/2008, a título de comparação
A rede SARAH analisou estatisticamente 600 internações ocorridas nos seus hospitais de Brasília e Salvador em 1999 e 2000 em conseqüência de acidentes de trânsito.
As conclusões sobre a caracterização das lesões foram as seguintes:
Os Acidentes de Trânsito investigados produziram, predominantemente, lesões medulares e lesões ortopédicas. As lesões cerebrais, representadas, em sua totalidade por traumatismos crânio-encefálicos, foram o terceiro tipo de lesão mais freqüente.
Os neurotraumas consubstanciam, portanto, o padrão das lesões verificadas entre as vítimas desse tipo de acidente: somadas, as lesões medulares e as lesões cerebrais foram responsáveis por 63,2% das internações registradas.
As paraplegias foram responsáveis por 60,5% do total de casos registrados de lesão medular, que foram classificadas, predominantemente, como lesões medulares completas (ASIA A = 66,8% dos casos).
As lesões ortopédicas constituíram a segunda causa de internação mais freqüente dentre os pacientes vítimas de Acidentes de Trânsito, concentrando-se a maioria (70,1% dos casos) dessas lesões na região dos membros inferiores, particularmente na coxa.
Vale destacar que quase a metade (46,2%) das lesões neurológicas observadas nesse tipo de acidente referiram-se a lesões do plexo braquial.
Os acidentes envolvendo automóveis, utilitários e caminhonetes foram os eventos geradores da maior parte das lesões medulares, cerebrais e ortopédicas verificadas. Vale notar que quase a metade (46,2%) de todas as lesões neurológicas registradas (46,2%) se deu em acidentes envolvendo Motocicleta.
Apenas 21,4% dos pacientes admitidos para internação pelos hospitais da Rede SARAH foram resgatados no local do acidente por equipes especializadas, tendo sido padrão, de acordo com o relato dos pacientes, o resgate por transeuntes ou outras pessoas envolvidas no mesmo acidente.