Pesquisa médico-hospitalar, DNIT, 2009. Extratos
Extratos da pesquisa realizada nos estados de Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rondônia, Rio Grande do Sul, Bahia, referente a acidentes ocorridos em rodovias federais, no ano 2007
A pesquisa considerou uma amostra constituída com 1.222 feridos, cujo estado físico informado nos boletins de ocorrência era o seguinte:
Lesões leves: 823
Lesões graves: 399
Total 1222
Conforme o conceituado nos “Anuários Estatísticos de Acidentes de Trânsito do DNER”, o estado físico informado pode ser assim entendido:
(1) Lesões Leves são aquelas que não apresentam risco de vida e se caracterizam por dores em geral; lacerações leves, contusões e abrasões; queimaduras de 1° grau e as pequenas de 2° e 3° graus; e,
(2)Lesões Graves são aquelas que apresentam risco de vida com sobrevivência provável e se caracterizam por grandes lacerações e ou avulsões com hemorragias severas; queimaduras de 2° e 3° graus envolvendo até 50% da superfície corporal.
Quatro pessoas deste grupo faleceram na fase inicial de atendimento hospitalar, sendo três na fase de remoção e uma na recepção;
Esse mesmo conjunto de vitimados, na fase de alta hospitalar, apresentou um total de trinta mortos, além de mais nove com lesões irreversíveis;
A aplicação dessas proporções ao total de feridos observado no ano 2007 elevaria a quantidade de mortos em mais de 20% daquela publicada e evidenciaria a presença de portadores de lesões irreversíveis, até então não mencionada nas publicações.
Áreas do Corpo Afetadas
Os diagnósticos das lesões sofridas pelas vítimas foram classificados com base na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), sendo posteriormente agrupados por áreas do corpo afetadas.
De acordo com os resultados da pesquisa, chegou-se à seguinte distribuição percentual das lesões em função das áreas do corpo afetadas:
1) Traumatismos da cabeça e pescoço.............. 33,7%
2) Traumatismos do tronco................................. 12,6%
3) Traumatismos dos membros inferiores.......... 17,9%
4) Traumatismos dos membros superiores........ 13,5%
5) Traumatismos envolvendo múltiplas regiões do corpo 21,9%
6) Demais traumatismos ................................... 00,4%
100,0%
Situação da Vítima e Natureza do Atendimento
Dos 1.222 pacientes, 307 (25%) foram internados.
Condições de Alta Hospitalar
O Quadro 20, a seguir, mostra que do total de feridos que receberam atendimento médico-hospitalar, 62,8% tiveram alta na condição de “curado”; 1,6% foram “transferidos para outro hospital”; 32,6% continuaram necessitando de “acompanhamento ambulatorial”; 2,5% “faleceram” e 0,6% foram classificados como “outros”.
Dos sete casos classificados com condição de alta hospitalar “outros”, dois pacientes (um com lesões leves e outro com lesões graves), portadores de “outros traumatismos múltiplos do abdome, do dorso e da pelve”, tiveram alta à revelia.
Dos cinco restantes, todos com lesões graves, decorrentes de “traumatismos de cabeça e pescoço”, dois ficaram com sequelas que reduzem sua capacidade laborativa e três com incapacitação (invalidez) total.
Escala Abreviada de Lesões e Áreas do Corpo Afetadas
Evolução do Estado Físico das Vítimas
De forma a explicitar a evolução da gravidade das ocorrências a partir do sinistro, foi elaborado o quadro 22 a seguir, que detalha os três estágios cobertos pela pesquisa :
- Estado físico informado quando do resgate, no local do acidente
- Gravidade constatada quando da recepção no hospital
- Condição de alta do hospital.
Tempo de Internação
A média do tempo de internação foi de 8,5 dias, o tempo máximo de internação foi de 201 dias, porém 95% dos pacientes foram internados menos de 30 dias.
Tempo Provável de Recuperação e a Condição de Alta Hospitalar
Dos 1.222 pacientes,
289 (24%) recuperaram em 10 dias
610 (50%) nos 20 dias seguintes
146 (12%) nos 30 dias seguintes
58 (5%) nos 30 dias seguintes
Isto é: 1.103 (91%) tinham recuperado em 90 dias.
Mais 60 (5%) recuperaram nos 90 dias seguintes.
Ficaram então 27 feridos que não tinham recuperado, além dos 30 que tinham falecido.
Para baixar o texto original do relatório da pesquisa, clique aqui